A Coragem de Escolher o que Faz Sentido: Um Caminho entre a Sabedoria Ancestral e a Psicologia Moderna

Em tempos de excessos e desconexão, escolher o que realmente faz sentido tornou-se um ato revolucionário. Mais do que uma preferência pessoal, essa escolha exige coragem – a coragem de ir contra a corrente, de dizer “não” ao que é imposto e “sim” ao que ressoa com a alma. Entre os ensinamentos das tradições milenares e os achados da psicologia contemporânea, encontramos um mesmo chamado: viver com autenticidade e sentido.

Vivemos em uma era onde a busca por segurança muitas vezes se sobrepõe à busca por significado. Planejamos carreiras estáveis, acumulamos bens materiais e seguimos roteiros sociais predefinidos, tudo em nome de uma suposta proteção contra as incertezas da vida. No entanto, quantas vezes essa segurança nos afasta daquilo que realmente faz sentido para nós? Quantas vezes trocamos a liberdade de viver a partir do coração pela ilusão de controle?

Viver com Autenticidade: A Coragem de Escolher o que Faz Sentido

A verdade é que a segurança absoluta é uma miragem. A vida, por natureza, é imprevisível. E é justamente nessa imprevisibilidade que reside a beleza de existir. Quando abandonamos o medo de não sermos escolhidos, de não atendermos às expectativas alheias ou de falharmos segundo os padrões convencionais, damos um passo em direção à liberdade. Liberdade não como um conceito abstrato, mas como uma experiência visceral, que nasce no coração e se expande para todas as áreas da vida.

Viver com autenticidade é um ato de coragem. É escolher o que faz sentido, mesmo que isso signifique nadar contra a corrente. É abraçar o prazer de estar presente na própria vida, de sentir cada momento como único e sagrado. Quando nos permitimos viver a partir desse lugar, descobrimos que nossa existência não é apenas sobre nós mesmos, mas está a serviço de algo maior. Cada escolha autêntica que fazemos, cada gesto de amor e cada ato de coragem reverberam no todo, afetando o mundo de maneiras que muitas vezes nem percebemos.

A visão iniciática: o chamado da alma

Nas tradições iniciáticas antigas, como as escolas de mistério do Egito, o budismo tibetano ou os caminhos xamânicos ancestrais, a vida humana era compreendida como uma jornada espiritual, onde cada escolha tinha o poder de nos aproximar ou afastar da nossa essência. A coragem era vista como uma virtude sagrada – não apenas bravura frente ao perigo, mas a disposição de viver a verdade interna, mesmo que isso exigisse romper com expectativas sociais ou ilusões pessoais.

Escolher o que faz sentido, nesse contexto, é atender ao chamado da alma. É colocar-se no caminho do autoconhecimento e da responsabilidade espiritual. Como ensinava o Tao Te Ching, “quando se abandona o que se deve abandonar, então o Tao pode ser seguido”. Ou seja, sentido e coragem caminham juntos na arte de desapegar-se do que não nutre a vida interior.

A psicologia contemporânea: autenticidade e bem-estar

A psicologia moderna também aponta para a importância de viver uma vida com sentido. Viktor Frankl, psiquiatra e sobrevivente do Holocausto, desenvolveu a logoterapia com base na ideia de que o ser humano é motivado pela busca de sentido – mesmo (ou especialmente) diante do sofrimento. Para ele, a ausência de sentido gera vazio existencial, enquanto a coragem de viver de acordo com valores profundos cria resiliência, saúde mental e propósito.

Além disso, a psicologia humanista e a psicologia positiva reforçam a ideia de que viver alinhado com aquilo que tem valor pessoal e espiritual está diretamente ligado ao florescimento humano. Carl Rogers, por exemplo, falava da tendência atualizante – a força interna que nos move em direção à realização plena de nosso potencial, desde que tenhamos um ambiente interno e externo que favoreça escolhas autênticas.

Quando vivemos com autenticidade, descobrimos que o verdadeiro prazer está em ser fiel a nós mesmos. É na simplicidade de escolher o que faz sentido, de abandonar as máscaras e de nos entregarmos à vida com o coração aberto que encontramos a verdadeira liberdade. E, nesse processo, nos tornamos agentes de transformação, contribuindo para um mundo mais amoroso, consciente e conectado.

A travessia: sentido como bússola e coragem como motor

Entre a sabedoria ancestral e a ciência da mente, a coragem de escolher o que faz sentido emerge como uma travessia. Não se trata de encontrar uma resposta única ou seguir um caminho pronto, mas de escutar profundamente o que pulsa por dentro e ter a valentia de seguir por aí.

Portanto, que possamos trocar a ilusão de segurança pela coragem de viver com autenticidade. Que possamos abandonar o medo de não sermos escolhidos e escolhermos a nós mesmos, todos os dias. E que, a partir desse lugar, possamos servir à humanidade com a consciência de que nossa presença é um presente para o todo. Afinal, viver não é sobre garantir um futuro perfeito, mas sobre estar plenamente presente na própria vida, aqui e agora.

Essa coragem pode significar mudar de profissão, encerrar um relacionamento, dizer a verdade, iniciar uma prática espiritual ou simplesmente pausar e escutar o coração. Cada gesto de fidelidade à alma é um ato iniciático. Cada passo consciente é uma iniciação silenciosa em direção ao ser.

Viver com sentido é viver com alma

Em um mundo que valoriza o ter sobre o ser, escolher o que faz sentido é uma forma de revolução interior. É alinhar-se com a alma, com o coração e com a vocação mais profunda de viver de forma íntegra. As tradições milenares nos lembram que esse caminho é sagrado; a psicologia moderna nos mostra que ele também é saudável.Ter coragem de escolher o que faz sentido não é fácil. Mas é, sem dúvida, o único caminho para uma vida plena, consciente e verdadeira.

A consciência de que nossa presença afeta o todo nos convida a uma responsabilidade amorosa. Não se trata de olhar para o futuro e perguntar qual será nosso legado, mas de estar plenamente presente na própria vida, aqui e agora. É a partir desse lugar de presença que escolhemos nossa melhor versão, não por medo de falhar ou de não sermos suficientes, mas por amor à vida e à humanidade.

 

Regina Almeida

É mãe, avó, escritora e psicóloga (CRP 01/22754) com uma caminhada única que combina psicologia iniciática e sabedoria atemporal. Há mais de 30 anos, ela se dedica à transformação pessoal e coletiva, inspirada em práticas como a psicologia analítica de Gustav Jung, Fenomenologia Existencial e Gestalt Terapia. Oferece Atendimentos Personalizados Presencial e On-line – WhatsApp 61 981721901

Iniciada na Suprema Ordem de Aquarius (SOA), Regina leva adiante ensinamentos profundos sobre prosperidade, abundância e despertar espiritual. Desde 1991, lidera grupos focados no desenvolvimento de mulheres, na realização do potencial humano e na construção de uma vida mais consciente e plena. Facilitadora de Formação de Terapeutas Integrativos para atuação profissional e multiplicadores sociais.

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